Corn o título "Identidade de gênero: performatividade, ser-aí e subversões'', Alexandre Trzan inaugura uma forma de pensar as questões de gênero, articulando o caminho do pensamento do grande filósofo do século XX, Martin Heidegger (1889 - 1976) com os ensaios de teóricos que tradicionalmente discutem e desenvolvem a temática de gênero, tais como Judith Butler, Guacira Lobo e Simone de Beauvoir
E, assim, nesse metà-hodós, nosso autor vai tecendo, com cuidado, paciência e acima de tudo com rigor, por meio da fenomenologia hermenêutica de Martin Heidegger, seu arcabouço teórico especulativo acerca da identidade de gênero. O mais significativo nesta produção literária é que Trzan reflete sobre as possibilidades de resistência e subversão às orientações hegemônicas de nosso tempo no que cerne a noção da identidade de gênero, questionando como é possível rompermos os grilhões identitários sedimentados no próprio viver e, especialmente no espaço da clínica fenomenológica hermenêutica. O autor, sensível à problemática da identidade como engessarnento, se abre para uma escuta atenta aos sentidos existenciais presentes naqueles que não se enquadram nas categorias violentas heteronormativas e binárias de gênero, não abandonando os estudiosos que tradicionalmente investigam de rnodo teórico especulativo a clínica fenornenológica-existencial.
Com certeza, aqueles que se disponibilizarern a leitura deste livro terão uma grata surpresa.